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O automóvel foi diminuindo a marcha e parou bem antes da faixa de pedestres. Estes, ao verem o sinal verde, se puseram tranquilamente a atravessar a avenida.

O que? Isto não pode ser a China NUNCA.

O mais inacreditável é que era sim, mas só que era Shanghai, uma das cidades mais século XXI do planeta.

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Depois vi que não era completamente assim, ainda havia a ameaça das scooters elétricas e das bicicletas implacáveis, e que os automóveis não iriam ceder fácil seu reinado.

Porém muito da China do passado, mesmo do presente havia sido deixado para trás. Agora era a vez do Futuro.

A distância entre Guilin e Shanghai é de 1272 km. Air China nos levou até o aeroporto de Pudong, o mais importante dos dois movimentados aeroportos da cidade, em um voo que chegou após as 23 horas.

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O famoso trem rápido do gigantesco aeroporto de Shanghai Pudong deixa de circular muito cedo para quem chega nos últimos voos do dia. Exemplo da modernidade e do poderio da cidade, para nós de nada serviu.

E o pior, os ônibus aeroporto-hotéis, que todos os guias e posts tanto alardeiam, pareciam ter tomado o mesmo destino.

Pudong ao Centro de Shanghai, Onibus aqui e trem aqui.

Chegar em Shanghai após as 11 da noite, cansado, com um dia todo já cumprido para trás, te leva irremediavelmente aos braços dos taxistas.

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O rapazinho ou mocinha que parecem funcionários de acolhimento aos que chegam estonteados, com toda solicitude que aparentam, te levarão às garras dos motoristas de táxis ou para seus balcões dentro ainda do aeroporto.

Pelos posts, quando o taxímetro de uma corrida Pudong-Centro passa dos 200 yuans, se é que existe algum taxímetro ligado, o alarme já tem que começar a soar. Se for assim, o alarme tocou a toda altura porque a primeira proposta do balconista foi 500 yuans. Consegui baixar para 300 yuans e nenhum yuan a menos.

Imagina ficar no aeroporto com aquele cansaço de um dia de muita adrenalina, às 11 horas da noite, sem saber por onde começar, e o pior, sem conhecer a cidade que parecia indomável até então?

-You from??!!
-Brazil
-Where??
-Brazil

O chauffer não entendia o que era Brasil. Me vali de um livro que li sobre a China, escrito por Sonia Bridi, na minha preparação para a viagem

-Bashi – arrisquei sem saber se era isso mesmo o nome em chinês.
-Bashi? Good!

Não tive certeza se ele entendeu ou se falei alguma bobagem.
Até hoje não sei como é Brasil em chinês, deve ser bashi mesmo, porque funcionou.

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Mas a visão de ver um automóvel interromper a marcha para permitir que os pedestres cruzassem a faixa gerou um sentimento: já não estamos mais na China. E isto desembocou em um certo grau de “blues”.

Contudo a exaustão predominava, afinal os arrozais foram a pouco mais de 12 horas atrás, e era um daqueles dias em que o corpo pesa toneladas.

A única coisa que lembramos dentro deste estado de espírito e perda dos reflexos era que o 35 andar do hotel era alto demais, a ponto de nos gerar o mesmo medo, pavor da altura que tivemos no mosteiro em Datong.

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Escolhemos o Radisson Blue, bem em frente à Praça do Povo, com suas três linhas de metrô, e tudo mais que se queira por perto.
O preço foi de ocasião e é bom planejar com antecedência para se ter o melhor sem pagar o maior. Hoje você deveria estar reservando para a viagem de daqui a seis meses!

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O Radisson foi um dos grandes achados desta viagem. E com o tempo que lã ficamos, vimos o quanto valeu a pena. Simplesmente era próximo de tudo.

Como em Shanghai parece que todo prédio tem seu próprio shopping, o Radisson não era diferente. Do outro lado da parede estava um shopping com tudo que se quer comprar e com a comida para todas as ocasiões do dia.

Shanghai é um exagero. Pensava que Cingapura ou mesmo Seul tinham atingido o máximo que uma cidade podia oferecer, mas nos enganamos. Shanghai estava mais além, quilômetros para ser mais preciso.

Metro de shanghai aqui.

mapa metro Shanghai aqui.

Da mesma forma que foi com Beijing, dominado o metrô, a cidade está conquistada. O mesmo esquema de segurança, o mesmo rx para as bolsas etc, o metrô de Shanghai parece ir mais à frente. Em pujança das estações, em comércio em seus corredores, em número de linhas, em quilômetros de trilhos. Cruz Credo, acho que Shanghai deixou NYC para trás.

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A avenida beira rio, ao longo do rio Huangpu, com seu calçadão, fornece visão das embarcações de todos os tamanhos que sobem e descem seu caudal, transportando cargas e pessoas. Aqui se tem pleno avistamento da “pérola do oriente”, prédio de TV da cidade, que cobra seu bilhete conforme a altura em que leva os turistas ansiosos para ver do mirante, um pouco mais da cidade ultramoderna. Veja os preços na bilheteria bem na entrada do prédio se você acha que vale pagar pela visão.

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Também de beira rio, vê-se o complexo de prédios que lembram, aqui sim, cenas de Blade Runner, o prédio inteiro mostrando a personagem chinesa que imita cenas do filme.

E é dali que se avista o prédio de 125 andares, em processo final de construção, em alguns momentos sufocado pelas nuvens que passam abaixo do seu topo.

Do lado de lá do rio Huangpu avista-se esta banda de cá, sua selva de arranha-céus luxuosos e de arquitetura, cada uma criando modelo único.

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Shanghai é fácil de ser conquistada devido ao seu estilo fortemente ocidental, somado ao seu povo chinês com todas suas excelentes qualidades. Os estrangeiros estão por todos os lados, os turistas chineses invadem a cidade da mesma forma.

Shanghai é sem dúvida uma das cidades mais desenvolvidas de todo o planeta, com um longínquo, mas presente, tempero chinês. Em Shanghai realmente a China ficou para antes, Beijing cedeu seu lugar, e Shanghai se tornou a número um.

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Todas as marcas comerciais do mundo estão fartamente repetidas por toda parte, até a exaustão.

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A atração é realmente a calçada. Não há passado para ser visto. Existe o apogeu em cada prédio, cada avenida, um clímax pintado com as cores do Império do Centro.